terça-feira, 24 de julho de 2012

Reunião entre professores grevistas e governo termina sem acordo


A reunião entre representantes do governo e dos professores de instituições federais em greve terminou sem acordo nesta segunda-feira, e a paralisação nacional, que já dura 60 dias, continua. 'Acho que ainda não estamos perto de um acordo', avaliou o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.
A próxima reunião ocorrerá nesta terça-feira, às 10 horas, informou a assessoria do Planejamento. O governo deverá apresentar uma resposta aos pontos reivindicados pelos grevistas. No encontro de hoje, os representantes do governo, Mendonça e o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Amaro Lins, 'apenas escutaram' as reivindicações dos sindicatos.

O principal atrito entre as entidades sindicais e o governo está na estruturação da carreira dos docentes. Os sindicatos não querem vincular a progressão da carreira à titulação. O governo não abre mão dessa condicionalidade. Além disso, os sindicatos pedem que a progressão seja linear, com reajuste igual a cada promoção. 'Ainda podemos negociar várias questões que não têm impacto orçamentário', disse a assessoria do Planejamento.
A atual proposta do governo, que prevê reajustes entre 27% e 45% até 2015, dependendo da titulação e do grau da carreira do docente, tem impacto de R$ 3,9 bilhões no orçamento.
Um grupo de trabalho será criado para que o MEC e os reitores das universidades discutam, entre outras questões, os critérios de progressão na carreira dos docentes de universidades e dos professores de institutos federais, que não devem ser os mesmos. 'Algumas questões mais técnicas não cabem em uma mesa de negociação', disse Amaro Lins.
A presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, explicou que a proposta de reestruturação profissional apresentada pelo governo 'bagunça ainda mais' a carreira e causa perda salarial para três quartos dos docentes. 'Tanto é que a oferta do governo foi rejeitada por unanimidade nas assembleias das universidades', disse.
Além do Andes, participaram do encontro com o governo os dirigentes do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes).

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