segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O BRASIL: TERRITORIO E SOCIEDADE NO INICIO DO SECULO 21

Milton santos e Maria Laura Silveira
Santos, Milton; Silveira, Maria Laura. o Brasil:território e sociedade no inicio do século 21. rio de janeiro: Record, 2001.
O nordeste, incluindo maranhão, Piauí, ceara, rio grande do norte, Paraíba, Pernambuco, alagoas, Sergipe e Bahia, e uma área de povoamento antigo, onde a constituição do meio mecanizado se deu de forma pontual e pouco densa e onde a respectiva circulação de pessoas, produtos, informação, ordens e dinheiro era precária, tanto em razão do tipo e da natureza das atividades (sobretudo uma agricultura pouco intensiva) como em virtude da estrutura da propriedade. Alicerçada, sobretudo no trabalho, essa agricultura evidencia baixos índices de mecanização (um trator para cada 148 habitantes agrícolas e uma maquina de colheita para cada 1.373 habitantes agrícolas) se comparada com a região concentrada e com a região centro-oeste.
A Herança da antiguidade da ocupação econômica, realizada no período pré-mecânico, o numero de núcleos urbanos é grande em virtude da baixa mecanização do território, sua densidade e relativamente importante, mas a taxa regional de urbanização é baixa. se as aglomerações são numerosas, a urbanização é, de modo geral, raquítica. São causas e conseqüências da fraqueza da vida de relações, formando um circulo vicioso.
A influencia do fenômeno da globalização e a instalação do meio técnico-científico-informacional em certas manhas do território regional, como nas áreas irrigadas ( o caso do vale do são Francisco), vão-se dar sobre um quadro socioespacial praticamente engessado.Essa situação abre a perspectiva de importantes fraturas na historia social. Com mudanças brutais dos papeis econômicos e políticos de grupos e pessoas e também de lugares.(SANTOS; SILVEIRA, 2001 p. 271-272)
O caso de Goiás e emblemático. Durante praticamente quatro séculos o estado e, do ponto de vista da produção, um verdadeiro espaço natural, onde uma agricultura e uma pecuária extensiva são praticadas ao lado de uma atividade elementar de mineração. Da construção de Goiânia, inaugurada nos anos 30, não se conhecem sistematicamente os efeitos dinâmicos. Sabe-se, porem, que o novo urbano chega antes da modernização do consumo e, de modo mais geral, da modernização do país. Com redescoberta do cerrado, graças á revolução científico-técnico, criam-se as condições locais para uma agricultura moderna, um consumo diversificado e, paralelamente, uma nova etapa da urbanização em virtude também do equipamento moderno do pais e da constituição de Brasília, que podem ser arrolados entre as condições gerais do fenômeno. Graças ás novas relações espaço/tempo, cidades médias relativamente espaçadas (em constante com áreas de velha urbanização, como o nordeste) se desenvolvem com rapidez; e assim, reforçada, Goiânia pode pretender a condição metropolitana, apesar de sua proximidade com Brasília.