terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Desajuste menstrual causa abortos sucessivos, mostra pesquisa


A interrupção inesperada de uma gestação não é um acontecimento raro, mas sempre doloroso e desgastante para os casais. Estima-se que os abortos espontâneos atinjam entre 10% e 15% das gestações antes de elas completarem 24 semanas. O evento costuma ser considerado normal e os pais são encorajados a uma nova tentativa sem que seja necessária uma investigação aprofundada. No entanto, existem mulheres que passam por esse abalo emocional sucessivamente. Quando ocorre pelo menos três vezes consecutivas, o problema passa a ser diagnosticado como abortamento habitual, que, segundo pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Warwick, no Reino Unido, pode estar ligado a uma receptividade prolongada ou irrestrita da parede do útero (endométrio) para o óvulo fecundado.

Há cerca de uma década, a comunidade científica investiga a participação da parede uterina na fixação e no desenvolvimento dos embriões. Debruçados sobre essa questão, os cientistas britânicos tentaram entender mais detalhadamente a chamada janela de implantação, período em que o endométrio está preparado para receber e fixar o embrião, proporcionando o seu desenvolvimento. Em um ciclo menstrual normal — de 28 dias — a janela abre no 19º dia, cerca de quatro dias depois da ovulação. É aproximadamente o tempo que o óvulo fecundado pelo espermatozoide leva para percorrer a trompa uterina, onde ocorre a fecundação, e chegar ao útero. Esse processo também implica em uma reação inflamatória no órgão que ajuda a proporcionar a implantação.

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