sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Advogado renuncia caso de estupro coletivo na PB e atrasa sentença

"Contribuí até onde acredito que poderia defender", disse advogado.Sentença está pronta, mas aguarda alegações de novo advogado, diz juíza.

Os três adolescentes suspeitos devem depor ainda nesta segunda-feira (Foto: Reprodução/TV Paraíba) 
Os três adolescentes envolvidos no crime já
cumprem medida socioeducativa
(Foto: Reprodução/TV Paraíba)
 
 
A juíza Flávia Baptista Rocha, responsável por julgar os acusados no caso de estupro coletivo de Queimadas, Agreste paraibano, disse a equipe de reportagem do G1 que o fato de um dos advogados de defesa ter renunciado ao caso está atrasando a divulgação da sentença, que já está elaborada. No início da semana, o advogado de dois dos sete acusados abandonou o caso no momento em que o processo está na etapa final.
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Segundo a juíza, o Ministério Público (MP) e os advogados de defesa dos outros cinco acusados, além dos advogados de acusação já entregaram as alegações finais, passo final do processo antes que a juíza dê a sentença. Os dois, que estão sem advogado, serão intimados e terão um novo prazo para apresentar um novo advogado e as alegações finais de defesa. A juíza explicou ainda que se neste prazo nada for feito, ela vai designar um defensor público para defender os acusados. "A senteça já está delineada, mas é preciso aguardar as alegações finais, eles podem inclusive trazer um fato novo e modificar alguma interpretação", explicou.

O advogado Paulo de Tarso, que renunciou à defesa, disse ao G1 que fez um acordo com os familiares antes de anunciar a desistência do caso. Ele disse que o motivo seriam questões pessoais, mas falou que o caso era complicado. "Eu contribuí até o ponto em que acredito que poderia defender. De agora em diante, é escolher outro advogado", argumentou. Ele adiantou que a sentença deve ser prolatada em duas semanas, que é em média o prazo para a apresentação das alegações finais dos dois antigos clientes dele e apreciação por parte da juíza.
Eduardo, acusado de estupro coletivo em Queimadas, PB (Foto: Reprodução/TV Paraíba) 
Eduardo, acusado de estupro coletivo em
Queimadas (Foto: Reprodução/TV Paraíba)
Flávia Baptista disse também que uma Comissão de Inquéritos formadas por deputados estará na próxima semana na cidade para estudar o caso. "Não terá interferência nenhuma na minha decisão. É apenas um estudo sobre violência contra a mulher", garantiu. A comissão, formada por cerca de dez pessoas, é de Brasília, Distrito Federal.

Esse julgamento é referente aos sete acusados que são maiores de idade e são acusados por estupro, cárcere privado, lesão corporal e formação de quadrilha. Eduardo, que é apontado pelo MP como mentor do crime, está sendo acusado isoladamente também por duplo homicídio e posse ilegal de arma. Ele será julgado pelos primeiros crimes junto com os outros seis rapazes e também será julgado à parte em júri popular pela morte das vítimas. O fórum informou que o outro julgamento dele deve acontecer ainda este ano. Já os três adolescentes têm julgamento diferente e estão cumprindo medidas socioeducativas.

Os acusados estão presos no Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, PB1, desde fevereiro, quando aconteceu o crime. O Ministério Público denunciou os dez rapazes pelo estupro de cinco mulheres e morte da professora Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, de 27 anos, e a recepcionista Michele Domingues da Silva, de 29. A última audiência do caso aconteceu no dia 18 de junho, quando todos os acusados foram ouvidos.

A acusação
Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba, cinco mulheres foram estupradas e duas delas assassinadas durante uma festa. Para a polícia, os estupros teriam sido planejado pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam convidado amigos para abusar sexualmente de mulheres convidadas de uma festa promovida por eles.

Os irmãos teriam simulado a chegada de assaltantes na casa e usado máscaras e capuzes para não serem reconhecidos. Duas das vítimas teriam conseguido ver as pessoas que as violentavam e por isso foram tiradas da casa e executadas.

Os dez rapazes estão sendo acusados por estupro, cárcere privado, lesão corporal, formação de quadrilha. Eduardo, no entanto, está sendo acusado isoladamente também por duplo homicídio e posse ilegal de arma.
Os adolescentes podem passar até três anos internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, mas a cada seis meses poderão ser reavaliados. Dependendo do comportamento dos menores de idade, o tempo de internação pode ser reduzido.

Isabela Pajussara e Michelle Domingos foram violentadas e assassinadas (Foto: Reprodução/TV Paraíba) 
Isabela e Michelle foram violentadas e
assassinadas (Foto: Reprodução/TV Paraíba)
 
O crime
No dia 12 de fevereiro de 2012 duas mulheres foram assassinadas na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraiba. Segundo a Polícia Militar, elas estariam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens e outras três mulheres. Os homens são acusados de estuprar as cinco e matar duas delas. As mortes teriam acontecido porque as vítimas reconheceram os criminosos. Uma delas foi morta com quatro tiros em uma rua central da cidade e a outra foi assassinada com três tiros na estrada para Campina Grande.

Fonte:http://g1.globo.com

 

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