domingo, 24 de novembro de 2013

13º salário vai injetar R$ 1,1 bi na PB; especialista recomenda quitar dívidas

Os recursos injetados na economia paraibana com o pagamento do 13º salário dos trabalhadores serão de R$ 1,1 bilhão em 2013. Um incremento que deixa comerciantes animados e com expectativa de aumento nas vendas em relação ao ano anterior. Mas, para especialistas, o dinheiro extra deve ser gasto, primeiro, com a quitação de dívidas.
DECIMO-TERCEIRO
É o que recomenda o economista professor da Universidade Federal da Paraíba, Alysson André Cabral. Ele diz que a dica para quem está com dívidas em atraso é procurar quitar esses débitos.
Alysson lembra também que os trabalhadores devem atentar para os compromissos no início do próximo ano, como férias, passeios, matrícula, material escolar, IPTU, taxa de coleta de resíduos, IPVA (para quem possui automóveis com placas de final 1 e 2).

Com relação aos cuidados para não comprometer o orçamento de dezembro e janeiro, é preciso adotar o planejamento para todos os meses do ano, conforme orienta Alysson André Cabral. Ele fala que é necessário um esforço para ajustar os gastos ao salário mensal, “de preferência, que seja possível guardar uma parte como precaução, para cobrir eventuais gastos imprevistos (remédios, substituição ou conserto de eletrodoméstico etc.), e a outra parte do dinheiro recebido para atingir um objetivo maior (carro novo, casa/apartamento, uma viagem etc.)”, ou seja, poupar um percentual do salário.
Festas e presentes
Apesar de ser mais apropriado estabelecer a quitação das dívidas como meta prioritária, o especialista enfatiza também que a intenção do 13º é ser uma gratificação natalina, um salário extra para que o trabalhador possa cobrir despesas comuns nesta época do ano, como confraternizações com amigos e parentes, além de proporcionar mais conforto para a família nas comemorações da tradicional festa cristã, o Natal. Basta, apenas, que haja uma boa organização dos gastos.
Alysson recomenda fazer um orçamento e estabelecer uma quantia máxima que poderá ser utilizada para confraternizações, presentes e passeios e assim evitar a “ressaca financeira” de janeiro, quando quem se excedeu nos gastos de fim de ano começa a receber as contas do cartão de crédito e descobre que já comprometeu, além do 13º, os salários dos primeiros meses do ano.
Outra dica é para que as pessoas procurem priorizar as confraternizações mais importantes. “Geralmente, aproveitar as festas com colegas de trabalho e a família, além da noite de Natal e de Revéillon. Se puder unir as festas pode ser ainda melhor, como o Natal em confraternização com a família”.
Comércio e compras
Apesar dos economistas indicarem cautela, os comerciantes, esperam um aumento de 6% no volume de vendas em relação ao ano anterior, conforme levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa.
Alguns consumidores afirmam que, apesar das dívidas, os presentes e as festas de confraternização não podem deixar de acontecer.
“Destino o pagamento de dívidas e das despesas que tenho no início do ano, que não são poucas, mas não posso deixar de reservar um pouco do dinheiro para dar o presente de Natal das crianças e participar das confraternizações e das trocas de presentes”, comenta a professora Gisele Almeida.
A comerciária Carla Fernandes também relaciona o espírito natalino à troca de presentes. “Fazemos ‘amigo secreto’, já que não podemos presentar a todos. É divertido, faz a festa ficar bem mais agradável e econômica”.
História do 13º salário
O 13º existe desde 1962, quando o então presidente João Goulart assinou a lei que criava o benefício, aprovada pelo Congresso Nacional, após intensa pressão dos sindicatos de trabalhadores com a realização de manifestações de protesto, passeatas, greves. O autor da proposta foi o deputado federal Aarão Steinbruch, que era advogado trabalhista e prestava consultoria a sindicatos.
O salário extra é pago em duas parcelas. A primeira deve acontecer até 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro.

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