quarta-feira, 13 de março de 2013

Com exclusividade: O Prof. Dr. Gilton Sampaio, candidato a Reitor da UERN, concede uma entrevista a este blogger


Prof. Gilton, fale-nos de sua formação acadêmica e de sua relação com a UERN.


Sou filho da UERN, tenho graduação em Letras pelo Campus de Pau dos Ferros e fiz especialização no Campus de Mossoró. Em seguida já como professor da UERN cursei Mestrado na UFRN e Doutorado na UNESP, recentemente fiz pós-doutoramento na França. Sou o único dos três candidatos que foi aluno da UERN, por isso falo dos problemas estudantis com propriedade, fui do movimento estudantil, presidente do CA de Letras e representante do DEC no Campus de Pau dos Ferros. Como profissional, além das atividades de ensino, pesquisa e extensão, tivemos experiências de gestão em diversos setores da Universidade, na Chefia de Departamento, na Coordenação de Especializações, na Coordenação de Mestrado e na Direção de um Campus Avançado. Sou também o único, entre os três candidatos, eleito democraticamente pelos pares para todos os cargos assumidos.



Prof. Gilton, algumas pessoas andam dizendo que o Sr., caso eleito Reitor da UERN, pretende fechar os núcleos avançados. Além disso, alguns afirmam, por exemplo, que caso o Sr., caso seja eleito, só dará prioridade ao Campus de Pau dos Ferros e ao curso de Letras. Essas afirmações são verdadeiras? O que o Sr. tem a dizer sobre isso?


Em primeiro lugar, gostaria de dizer que sou um ferrenho defensor da interiorização do ensino superior, tanto que encampamos a luta pela ampliação dos cursos do Campus de Pau dos Ferros, pela vinda do IFRN e da UFERSA para Pau dos Ferros. O simples fato da existência de um Campus ou Núcleo no interior facilita o acesso de jovens, em sua maioria, carentes, ao ensino superior, por isso jamais serei contra os núcleos. Mas é preciso haver uma reestruturação da política dos Núcleos tanto em termos acadêmicos, o núcleo não pode oferecer apenas ensino de graduação, é preciso que a pesquisa, a extensão e a pós-graduação também cheguem aos Núcleos, como em termos político-administrativos, é preciso buscar/otimizar parcerias com as prefeituras, com o Governo do RN, com o Governo Federal. Os municípios precisam garantir as contrapartidas e entrar, junto com a Reitoria, Unidades Acadêmicas e Departamentos, na articulação de outros parceiros públicos, no estado e em Brasília.


A prioridade será a UERN, será priorizado o diálogo com os três segmentos, todos os Campi, todas as Unidades receberão tratamento equitativo, trabalharemos com seriedade e com dedicação para construirmos uma universidade de qualidade. Hoje temos pauferensses ilustres como Ivonildo Rego (Ex Reitor da UFRN) e Aldemir Freire (Chefe do IBGE no RN) cuja atuação é reconhecida por exercerem um trabalho sério e competente que tem sido fundamental para suas instituições e para sua atuação em todo o Estado do Rio Grande do Norte.

 Caso o Sr. seja eleito Reitor da UERN, quais suas propostas para o ensino?


Embora tenha crescido quantitativamente, a UERN encontra sérias dificuldades orçamentárias, de gestão e estruturais para garantir a formação qualitativa de seus alunos, uma vez que estes não dependem somente da capacidade e do compromisso de seus professores. Para uma política do ensino de graduação e de pós-graduação, faz-se necessário que a UERN disponha de recursos para implantação de novos cursos e melhoria das condições estruturais de funcionamento dos já existentes. É muito importante assegurar o bom funcionamento dos cursos existentes com instalações adequadas, como laboratórios, melhoria da estrutura e do acervo de nossas bibliotecas, residência estudantil, restaurante universitário, transporte, dentre outras, garantindo condições de permanência dos alunos dentro da universidade.


Caso o Sr. seja eleito, quais suas propostas para a pesquisa e a extensão?


A UERN é uma instituição extremamente burocrática, que até aqui não conseguiu construir a bandeira de academia. Essa postura interfere diretamente nas chamadas atividades fins, no tripé ensino-pesquisa-extensão. Com ações isoladas e sem recursos garantidos, os professores vão produzindo o que podem, com muito esforço e quase nenhum incentivo, são ações pontuais, importantes, mas sem o devido reconhecimento institucional. Algumas ações até tem conseguido atingir um público amplo e realizado seus objetivos, entretanto, são ações que precisam ser integradas em um projeto maior de universidade. Vamos mudar isso. Queremos que o eixo ensino-pesquisa-extensão possa ser concebido pelas políticas públicas. É preciso uma Extensão forte e competitiva e que esteja antenada com outros setores para captação de recursos. Hoje, por exemplo, muitos estudantes e professores dos Campi e Núcleos da UERN não participam equitativamente de atividades de extensão e de pesquisa e isso é um débito da instituição para com a comunidade acadêmica. Será nossa luta por recursos internos, externos e com regularidade para a pesquisa e para a extensão. É preciso garantir orçamento, carga-horária docente e técnica, programas e ações, em plena articulação entre os departamentos acadêmicos, unidades e a sociedade.


Recentemente um dos pesquisadores mais importantes da UERN, o Prof. Dr. Ivanaldo Santos, declarou publicamente apoio a sua candidatura. Fale-nos o que representa, para sua campanha, esse apoio? Quem mais está apoiando a sua candidatura?


A nossa candidatura nunca foi um desejo pessoal ou um projeto individual, nosso nome surgiu do movimento estudantil, e, posteriormente, consolidou-se nas lutas da ADUERN, na gestão acadêmica e, sobretudo, na gestão universitária do maior Campus Avançado da UERN. Há um grande grupo de docentes, discente e técnicos que defendem nosso nome para disputar a reitoria, prof. Ivanaldo faz parte desse grupo que defende uma universidade acadêmica e funcional, que defende a pesquisa e a produção científica como partes fundamentais do saber acadêmico. Ter seu apoio nos deixa felizes e certos de que estamos no caminho certo para construir uma UERN com ensino, pesquisa e extensão de qualidade. Estamos visitando todos os Campi, todas as Unidades e Núcleos da UERN conversando e ouvindo propostas de alunos,
técnicos e professores. São muitos os apoios, mas gostaria de ressaltar o apoio histórico dos Diretores dos Campi de Patu, professor Josenir Calixta e do Campus de Assu, professor Afrânio Câmara. Esses dois Campi que sempre apoiaram a situação, diante da crise instaurada na UERN, resolveram juntar-se a nós em busca de uma Universidade descentralizada, mais democrática e funcional.



Por fim, quais são seus sonhos e planos para o futuro da UERN?


Lutar pela Autonomia Financeira, desburocratizar os setores administrativos e descentralizar poderes e recursos serão os pontos-chave da nossa gestão. Não podemos nos contentar com uma Universidade em que fortes são somente os poderes das canetas centralizadas em gabinetes de pró-reitorias, traçando isoladamente os destinos de milhares de vidas, de quase todas as ações acadêmicas e administrativas de nossa universidade. A última avaliação do MEC expressa a necessidade e a urgência de se pensar administrativamente uma UERN diferente, que valorize e garanta as condições objetivas de ensino e aprendizagem, com espaços apropriados; uma UERN mais acadêmica, democrática, descentralizada e funcional, em que os poderes estejam de fato nas unidades acadêmicas e departamentais; uma UERN em que a burocracia interna funcione e esteja sempre a serviço do crescimento da própria universidade e do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. É com esse sentimento de que a UERN pode e merece ser melhor, manifestado pelos segmentos da nossa universidade em vários fóruns que convidamos a todos para somarem nessa luta e, juntos, lutarmos “POR UMA UERN DO TAMANHO DOS NOSSOS SONHOS”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom seu blog Tiago.