domingo, 30 de dezembro de 2012

Professora é morta a pedradas e jogada em cisterna


Ela saiu para uma balada e ficou uma semana desaparecida.
A professora Viviany Cardozo, de 23 anos, morreu a pedradas e teve o corpo jogado em uma cisterna de 40 metros de profundidade em uma chácara no Jardim Ingá, distrito de Luziânia (GO), região do Entorno do DF. A jovem saiu para uma balada com os amigos e ficou uma semana desaparecida. A polícia diz que ela também pode ter sido vítima de abuso sexual antes de morrer. O crime aconteceu em outubro de 2012 e, na época, a polícia chegou a trabalhar com a hipótese de que ela tivesse sido jogada viva no buraco.
No entanto, mesmo tendo um suspeito, o crime não pôde ser investigado com rapidez porque estava no período pré-eleitoral e a Polícia Civil de Goiás em greve. O delegado Rodrigo Arana Vargas, responsável pela seção de homicídios da corporação, disse na época que aguardaria essa fase passar para proceder com as investigações.
— Tenho certeza que esta pessoa participou do crime. O mandado de prisão e a intimação foram emitidos, agora aguardamos autorização da justiça. Enquanto estivermos no período pré-eleitoral, somos proibidos de cumprir mandados de prisão ou de busca e apreensão.
Vargas também entendeu, após analisar alguns detalhes da cena do crime, que mais de uma pessoa teria participado do assassinato e, por isso, os trabalhos também estavam focados em identificar outros possíveis envolvidos.
— Não acredito que este suspeito tenha agido sozinho.
Viviany desapareceu quando saiu de casa para ir a uma festa. Em depoimento, os amigos disseram que ela pegou carona com um homem depois do evento e, desde então, não apareceu mais.
— Nós trabalhávamos com a hipótese de sequestro relâmpago, mas recebemos denúncias anônimas informando sobre um mal cheiro forte em uma área rural da cidade e fomos investigar. Quando chegamos lá, descobrimos o corpo, em estado avançado de decomposição. Agora, nossas investigações focam totalmente para homicídio.
Os amigos da vítima disseram, dias depois da morte da professora, que ela conhecia o suspeito de matá-la havia pelo menos cinco anos. Pedindo por justiça e tentando auxiliar os trabalhos da polícia, os amigos divulgaram a foto e o nome do acusado em um perfil do Facebook, que teve 1.413 compartilhamentos e 65 comentários de amigos, familiares e adeptos à causa.
Quando o período eleitoral passou ao fim, no dia 10 de outubro, o homem acusado de cometer o assassinato da professora, identificado como Bruno Moraes Elias, foi encontrado na casa de parentes em Goiânia dormindo e em seguida preso. O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Arana, disse que o assassino foi pêgo de surpresa e não teve como fugir.
— Nós aguardamos o período eleitoral, que nos impedia de cumprir o mandado, e o prendemos por volta das 8h. Usamos o fator surpresa e o capturamos.
O delegado explicou que, em depoimento, ficou comprovado que o acusado também tem outras duas passagens por estupro.
— Duas vítimas o reconheceram na delegacia. Ele tem um boletim de ocorrência formalmente registrado por violência sexual e uma outra pessoa, que o acusa do mesmo crime, fará o registro nas próximas horas.
Durante o depoimento, Elias confessou que matou a professora a pedradas e disse que fez isso para se defender dela, porque ela teria batido nele após uma relação sexual.
Momentos antes de morrer
Em sua página no Facebook, a professora escreveu, momentos antes de morrer uma mensagem convidando as amigas para a festa.
— Telefone tocando. Festinha de um amigo na Cidade Ocidental.
E, após listar o nome das amigas, o convite:
— Vamos?
No dia 28 de setembro, ela postou uma foto com um questionamento.
— Já é pedir demais quando só ser feliz já basta?
O delegado afirmou que a probabilidade de a professora ter sido vítima de abuso sexual também é muito alta.
— Encontramos o corpo dela totalmente pelado, o que indica que ela pode ter sido violentada antes de morrer.
Velório e enterro
O enterro da professora reuniu pelo menos 300 pessoas, entre amigos, familiares e alunos, que foram prestar as últimas homenagens, no Cemitério Metropolitano de Valparaíso (GO), região do Entorno do DF. Ela deixou uma filha de sete anos que, a desde então, passou a morar com o pai e com a avó.
R7

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