quarta-feira, 28 de abril de 2010

Igreja Universal teria enviado ao exterior mais de R$ 400 milhões, diz jornal

A Igreja Universal do Reino de Deus teria enviado cerca de R$ 5 milhões por mês entre 1995 e 2001 para o exterior em remessas supostamente ilegais feitas por doleiros da casa de câmbio Diskline, o que faria o total chegar a cerca de R$ 400 milhões, segundo reportagem do jornal "O Estado de São Paulo". A acusação foi feita por Cristina Marini, sócia da Diskline, em depoimento na terça-feira ao Ministério Público Estadual de São Paulo. Crsitina já tinha feito as mesmas acusações à Justiça Federal e à Promotoria da cidade de Nova York. O advogado Antônio Pitombo, que defende a igreja e seus dirigentes, nega as acusações.

Cristina e seu sócio, Marcelo Birmarcker, estão colaborando com as investigações em troca de benefícios em caso de condenação, a chamada delação premiada. Cristina, que foi ouvida por três promotores do MPE, já havia prestado depoimento a 12 promotores de Nova York liderados por Adam Kaufmann, o mesmo que obteve a decretação da prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), nos Estados Unidos.

Segundo cristina, ela começou a enviar dinheiro da Igreja Universal para o exterior em 1991. No período entre 1995 e 2001, a remessa mensal era, em média, de R$ 5 milhões, sempre pelo sistema do chamado dólar-cabo - o dono do dinheiro entrega dinheiro vivo em reais, no Brasil, ao doleiro, que faz o depósito em dólares do valor correspondente em uma conta para o cliente no exterior. Cristina disse que recebia pessoalmente o dinheiro.

Cristina também afirmou que mantinha contato direto com Alba Maria da Silva Costa, diretora do Banco de Crédito Metropolitano e integrante da cúpula da igreja, e com uma mulher que, segundo Cristina, seria secretária particular do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja.

Os doleiros Cristina e Birmarcker estão na relação de investigados no Caso Banestado (inquérito federal sobre evasão de divisas). Em 2004, foram alvo da Operação Farol da Colina - maior ofensiva da história da Polícia Federal contra crimes financeiros no País. Cristina e Birmarcker foram presos na ação e hoje respondem a processo na 2.ª Vara Federal Criminal de São Paulo.


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